quinta-feira, setembro 16, 2004

O ANFITRIÃO

Eu me inclino perante um novo ser.
É mais um humano vindo ao mundo.
Inclinado eu tiro meu chapéu,
Estendo em sua direção.
Proclamando o bem vindo

Faço papel de anfitrião,
Em uma casa mal organizada,
Velha e estragada.
Muita gente já passou por aqui.
Muita gente usou e abusou,
Muita gente nem aproveitou.
Fora a maior quantidade de gente que nem soube onde ficava a piscina e o parque de diversão da nossa casa.

Meu jovem esse é o mundo,
Nossa mais bela e detonada residência.
Tão suja e acabada.
O arquiteto fez o projeto,
Mas não manda fazer a manutenção,
A ultima que teve foi a quase dois mil anos atrás.
Veio um grande homem promover uma manutenção,
Mas os homens da casa o mataram.
Não gostaram da reforma que ele propôs.

Jovem essa é a nossa casa e infelizmente, o único local para lhe abrigar.
Espero que você tenha sorte no andar dos quartos e escadas,
Durante nossa vida sempre há degraus a serem superados.
Cuidado com o piso molhado da cozinha,
Com a má companhia na sala de estar,
Com a podridão do porão (há muita gente lá)

No mais estamos ae,
Vou lhe deixar em paz
para se adaptar a tudo que lhe perfaz.
Recoloco meu chapéu,
Me recomponho e lhe dou as costas.
Afinal essa é a primeira lição neste mundo,
Com o tempo ele aprenderá que muitos irão fazer o mesmo
Por tão pouco.