sexta-feira, agosto 12, 2011

PEDRA BONITA

Posso ter me enganado
Mas a pedra olhou para mim
Alta, com quadril alargado.

Posso ter me enganado
Mas a pedra tinha cheiro, cor
Gosto e passado.

Temente a Deus e receosa de cometer pecados
Pudera eu levar a pedra comigo,
Mas meu alforje é pequeno, não têm espaço.

Não tinha medo de carregar a pedra,
Meu medo era de ser arrastado
Pois a pedra tem a simplicidade da terra
E a rotina do seu horário,
Novelas, caminhadas maternas, filho
Tudo cronometrado.

Sem eu decidir,
Se fico ou sigo
A pedra bonita sorriu pra mim
Como se dissesse:
Bem vindo moreno lindo,
a minha cidade de Itapaci.

quarta-feira, agosto 03, 2011

O RESSURGIMENTO



Ele cai!




Agoniza!




Olha para os lados, alguns com expressão de paisagem não comentam nada, do outro lado alguns se espantam e outros espalhados pela multidão não consegue conter os risos.

Ele cospe algo no chão, o molar ou algum dente grande sai junto.

A sensação nova de mais espaço na boca lhe incomoda, mas não é hora de pensar nisso, afinal o trapezista da vida caiu, e o publico aguarda uma decisão.

O sangue confunde-se com a maquiagem, o quadril parece trincado (a queda foi forte!).
Seus supostos amigos continuam lá em cima girando, dando continuidade ao espetáculo, olham desconfiados para baixo, sem perderem o compasso, a se certificarem que eu estou bem.
Mas o herói não pode ficar aqui, o grupo precisa de mim lá em cima, saltando, voando entre as cordas.
Apoio o peso do corpo no cotovelo e antebraço forçado ao chão. Levanto a cabeça, cabelos ao vento, mal tratado e cumprido, pediram para cortá-lo, outrora, mas foda-se, basta pintá-lo de verde.
Ergo o quadril, de gatão, a dor é grande, mas não posso parar.!!
Apoio o joelho e mão esquerda no solo, levanto tronco pra cima, um sorriso invade meu rosto. (Acharam que era meu fim rsrsr.....)

Mordo os dentes para conter a dor, a vida tem esses percalços, nos derrubam para ver como reagimos. Vou mostrar para o senhor como reajo, ah se vou!

De Súbito com o braço direito esticado, um deles passa de cabeça pra baixo e me retira do chão. Obrigado Pai!
Não sinto as pernas, mas agora no ar, não preciso delas!
Vou ao topo do circo, um aclamado gozo de satisfação e alívio define a situação, o show tem que continuar.
E me lanço em outros braços, conforme segue, o acordado, no ensaio da apresentação. No palco o entusiasmo épico de ver o herói triunfar, superar a dor e levantar, no âmago a real vontade de voltar, de .......ressurgir!